21/01/2025

Raízen precisa voltar ao básico, diz BTG

Raízen precisa voltar ao básico, diz BTG

 

Entre os ativos da Raízen que se espera que haja alguma realocação estão os de etanol de segunda geração (E2G). Foto Divulgação

 

Analistas afirmam que empresa precisa rever sua alocação de capital e seu crescimento.

 

A Raízen precisa “voltar ao básico” e rever sua alocação de capital e seu crescimento, na avaliação do BTG, em relatório divulgado nesta segunda-feira (20/1).


No documento, assinado pelos analistas Thiago Duarte, Guilherme Gutilla, Pedro Soares, Henrique Pérez e Gustavo Fabris, banco avalia que o sentimento do mercado só deve melhorar “quando os investidores vislumbrarem a tão necessária desalavancagem do balanço, a rotação de ativos do portfólio e os impactos das mudanças internas”.

 

Entre os ativos que se espera que haja alguma realocação estão os de etanol de segunda geração (E2G). Os analistas do BTG observaram que mesmo o E2G, que já foi o “principal direcionador de crescimento da Raízen, agora está sendo reconsiderado”.

 

Os números de prévia operacional do terceiro trimestre, divulgados na sexta-feira à noite, indicaram que o resultado financeiro veio pior que o esperado.

 

Os preços de venda do açúcar, por exemplo, que ficaram em R$ 2.500 a tonelada, deve ter sido impactado negativamente pelos volumes da commodity comercializada de terceiros, segundo os analistas. O BTG deve revisar para baixo suas projeções de resultado da Raízen para esta safra 2024/25 (Globo Rural, 20/1/25)



Raízen: Queda de 27% na moagem de cana e suspensa previsão de resultados

Produtividade dos canaviais da Raízen caiu 13%. Foto Wenderson Araújo - CNA

 

Companhia processou 13,8 milhões de toneladas de cana no terceiro trimestre da safra; um ano antes, volume alcançara 18,8 milhões de toneladas.

 

 

A Raízen teve uma queda de 27% em sua moagem de cana-de-açúcar no terceiro trimestre da safra 2024/25 (de outubro a dezembro) em relação ao mesmo período da temporada passada, o que afetou os volumes vendidos no período.

 

Diante do mau desempenho, a companhia decidiu interromper a divulgação de suas projeções de resultado operacional e financeiro para esta safra.

Em sua prévia operacional do último trimestre, divulgada na sexta-feira à noite (17), a companhia informou que processou 13,8 milhões de toneladas de cana no período, em comparação com 18,8 milhões de toneladas um ano antes. A redução foi provocada pela forte estiagem e pelos incêndios, que prejudicaram a produtividade, além de questões sazonais.

 

No acumulado da safra 2024/25, a moagem da Raízen somou 77,5 milhões de toneladas, quase 7% abaixo das 83,2 milhões de toneladas de igual período da temporada 2023/24.

 

No terceiro trimestre, o rendimento agrícola caiu 13% na comparação anual, para 67 toneladas por hectare. Apesar do aumento da concentração de sacarose na cana, piorou a capacidade de conversão industrial do Açúcar Total Recuperável (ATR) em açúcar. Com isso, a produção de açúcar equivalente do trimestre recuou pelo menos 21,8%, para 1,9 milhão de toneladas na perspectiva mais positiva, ou para 1,8 milhão de toneladas na perspectiva mais negativa. Os dados não foram auditados.

 

Vendas

 

Como resultado, o volume de açúcar próprio vendido caiu 10%, para 1,168 milhão de toneladas, assim como os preços executados também foram menores, com queda estimada entre 6,2% (para R$ 2.550 a tonelada) e 11,8% (para R$ 2.400 a tonelada).

 

Já a venda de etanol próprio aumentou, já que a produção do período também foi mais alcooleira, diante da dificuldade de conversão do caldo em açúcar. O volume vendido cresceu 21,4%, para 895 milhões de litros, também como reflexo de um melhor momento de preços.

 

O valor médio de venda do biocombustível ficou entre R$ 2.800 e R$ 2.950 o metro cúbico, ante R$ 2.599 um ano antes. A alta do preço executado foi resultado da maior participação da comercialização de etanol de terceiros.

 

A produção de etanol celulósico teve recuperação após a parada para manutenção da planta de Bonfim. A produção de E2G do trimestre mais do que dobrou na comparação anual, para 1,5 milhão de litros.

 

Em energia cogerada do bagaço de cana, o resultado também foi afetado pelas condições climáticas. O volume de energia própria comercializada caiu 21,7%, para 443 ml megawatts-hora (MWh). Já o preço executado subiu de R$ 256 o MWh para um valor entre R$ 270 o MWh e R$ 320 o MWh, refletindo a alta do PLD.

 

Mobilidade

 

No negócio de mobilidade (distribuição), o volume de combustíveis comercializado no Brasil caiu de 7,132 bilhões de litros para algo entre 6,8 bilhões e 6,9 bilhões de litros. No negócio Latam (Argentina e Paraguai), o volume subiu de 1,886 bilhão de litros para algo entre 1,9 bilhão e 2 bilhões de litros (Globo Rural, 17/1/25)