Raizen se volta ao algoritmo para prever preços de açúcar
O maior produtor de açúcar do mundo está agora perguntando aos algoritmos o que fazer. A Raizen, sediada em São Paulo, joint venture entre a Shell e a Cosan, contratou a QuantumBlack, uma empresa de algoritmos controlada pela Mckinsey, para desenvolver um algoritmo capaz de prever os movimentos dos preços das commodities, segundo pessoas com conhecimento do assunto. O algoritmo deve estar pronto para ser usado pela empresa em cerca de um ano, e também incorporará dados disponíveis de vários anos de sua área de cana-de-açúcar de 860.000 hectares (2,1 milhões de acres), incluindo históricos de produtividade, para prever mudanças na oferta, disse uma pessoa. A decisão foi tomada porque a empresa acredita ter potencial para melhorar sua performance na precificação de açúcar, dada a sua escala, disse uma pessoa. Raizen planeja usar os modelos de inteligência artificial como parte de sua estratégia de gerenciamento de risco e não agir como um trader de alta velocidade ou algorítmico, disseram as pessoas. A empresa de algoritmos QuantumBlack fornecerá estimativas de preços em vários cenários e também os fundamentos por trás deles, disse uma pessoa.
A QuantumBlack, sediada em Londres, tem entre seus clientes empresas gigantes que usam big data e análises avançadas para melhorar o desempenho, inclusive nas áreas de Fórmula 1, mineração, infraestrutura e saúde. Raizen preferiu não comentar o assunto, enquanto a QuantumBlack não respondeu imediatamente a pedidos de comentário.
Algoritmos têm sido amplamente utilizados por fundos para operar em mercados futuros agrícolas. Nos últimos anos, consultorias e tradings têm procurado melhorar suas ferramentas de precificação com o uso de alguns tipos de algoritmos, mas esta é a primeira vez que um produtor gigante lidera um projeto por conta própria.
A Raizen opera 26 usinas de cana-de-açúcar no Brasil, onde produz cerca de 4,3 milhões de toneladas de açúcar por ano, respondendo por cerca de 15% das exportações do país. A empresa tem uma joint venture de açúcar bruto chamada Raw, com a Wilmar, que tem sede em Cingapura, para negociar o adoçante de origem brasileira. O contrato com a QuantumBlack não inclui o Raw, disse uma fonte (Bloomberg, 11/2/19)