Reabertura do mercado norte-americano para carnes será difícil
A pressão de pecuaristas junto ao Congresso dos Estados Unidos tornará a reabertura do mercado norte-americano para a carne bovina in natura brasileira "muito difícil", na avaliação do diretor e fundador da Scot Consultoria, Alcides Torres (Foto). O mercado está fechado desde junho de 2017 por causa de problemas relacionados a reações à vacina de febre aftosa. "Vai ser difícil reabertura do mercado norte-americano de carnes, porque existe um lobby da associação de produtores locais que não quer nem saber de concorrência", disse Torres durante Encontro de Confinamento e Recriadores da Scot Consultoria, em Ribeirão Preto (SP).
Ele lembrou que a associação local de pecuaristas encaminhou ao presidente Donald Trump um manifesto com várias críticas à fiscalização sanitária da carne brasileira. O documento foi enviado na ocasião da visita do presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, a Trump, há duas semanas, na qual negociaram a possível reabertura para importações da proteína animal.
"No manifesto dizem que aqui tem fiscal corrupto, lembraram a Operação Carne Fraca e nossas falhas. Nossos negociadores vão ter que dizer que isso é passado, que medidas foram tomadas, que o dinheiro foi recuperado, enfim, vai ser difícil", explicou. "É claro que é positiva a ida do presidente (Bolsonaro) lá e a vinda da comissão ao Brasil (para avaliar o setor). Mas não são favas contadas", concluiu.
Após a missão de Bolsonaro aos Estados Unidos e um encontro entre a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, com o secretário de Agricultura norte-americano, Sonny Perdue, o governo norte-americano confirmou que virá ao Brasil entre 10 e 28 de junho para inspecionar os frigoríficos do País (Broadcast, 3/4/19)