Receitas externas das carnes ficam mais próximas das de soja

Receitas externas das carnes ficam mais próximas das de soja
18/12/2024

CARNES BOVINAS E SUINAS Foto Reprodução – Blog Pasto Extraordinário

 

Exportação da proteína rende US$ 26 bilhões neste ano, 13% a mais do que em 2023

 

O ano termina como um bom período para as carnes brasileiras. A produção foi recorde, e a demanda interna e externa cresceu. O cenário para o setor só não foi melhor porque os preços caíram no mercado externo, só obtendo uma recuperação no segundo semestre.

 

Com esse desempenho, as carnes se consolidaram como o segundo principal item da pauta de exportações brasileiras, se aproximando da imbatível soja. Neste ano, as receitas obtidas pela proteína animal devem atingir US$ 26 bilhões, 60% do valor total das exportações de soja em grão. No ano passado, eram apenas 43%.

 

As receitas externas previstas com as carnes vão superar em 13% as de 2023. Neste mesmo período, as com soja recuaram 19. Além de safra menor, a oleaginosa também perdeu preço no mercado externo.

 

miúdos, vão atingir US$ 13 bilhões, 30% a mais do que no ano passado. O volume sobe 26%, para 2, 9 milhões de toneladas.

 

A carne de frango lidera em volume, ao somar 5,3 milhões de toneladas, mas as receitas ficam estáveis em US$ 10 bilhões, devido à queda dos preços internacionais.

 

As exportações de carne suína mantêm ritmo acelerado, subindo para 1,23 milhão de toneladas e rendendo US$ 3 bilhões, 11% acima do valor de 2023. No total, o Brasil vai colocar 9,6 milhões de toneladas de carne no mercado externo, 10% a mais do que em 2023.

 

A China continua sendo o grande mercado, principalmente para a carne bovina. Até novembro, os chineses levaram 1,2 milhão de toneladas dessa proteína, 13% a mais do em 2023. Apesar do aumento do volume, as receitas subiram apenas 4%, para US$ 5,4 bilhões. Isso porque as negociações deste ano ocorreram com preços médios 7,5% inferiores aos do ano passado.

 

Embora ainda importante para o setor brasileiro de proteínas, a China cedeu espaço para novos mercados neste ano. Na carne bovina, os Estados Unidos, o segundo principal comprador do Brasil, adquiriram 75% a mais, sendo seguidos pelos Emirados Árabes, que elevaram em 103% as importações da proteína brasileira.

 

Mesmo na Ásia, Filipinas, Malásia e Indonésia elevaram as compras. Esta última aumentou em 626% o volume adquirido. Até a União Europeia, com toda a oposição ao produto brasileiro por parte de alguns países, foi a quarta maior importadora do Brasil, com aumento de 10%. Já o Chile está entre os principais compradores do Brasil nas três variedades de proteína animal.

 

Após um período de queda nos preços, as carnes chegam a dezembro com valores superiores aos do mesmo mês de 2023. Conforme os valores médios da tonelada exportada, apurados pela Secex (Secretaria de Comércio Exterior), a carne bovina e de frango tem alta de 8%, e a suína, de 13%.

 

om uma demanda interna e externa mais aquecida, as proteínas não deram folga para o bolso do consumidor brasileiro. Dados da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) apontam uma alta de 21% na carne bovina nos supermercados neste ano. A suína ficou 26% mais cara, e a de frango, 10%.

 

Em 2025, a produção não cresce para a carne bovina, devido a uma maior retenção de vacas, mas os setores de frango e de suínos devem aumentar a oferta interna. Na avaliação da ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal), a produção de frango irá para 15,3 milhões de toneladas, e a de suínos, para 5,45 milhões.

 

Conforme informações do Usda (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) desta segunda-feira (16), as importações americanas feitas no Brasil continuam fortes neste final de ano. Normalmente, as vendas brasileiras são reduzidas nesse período, à espera da entrada em vigor das cotas do ano seguinte.

 

Pelos números do Usda, o mercado dos Estados Unidos vai continuar bom para o Brasil em 2025. Os americanos estão barrando importações de gado vivo do México por questões sanitárias, e o volume de abate será menor no mercado americano (Folha, 18/12/24)