27/03/2025

Representantes do agro pedem paz interna para blindar produtores de riscos

Representantes do agro pedem paz interna para blindar produtores de riscos

Presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), João Martins, fez pronunciamento no Senado Federal. Foto Roque de Sá - Agência Senado

 

Entre as prioridades listadas pela CNA para 2025 estão as mudanças no modelo de seguro rural e a aprovação da proposta de reciprocidade econômica e ambiental.

 

O presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), João Martins, afirmou que o mundo passa por turbulências e incertezas que devem gerar mudanças economia global. E que o Brasil precisará de "paz interna" e "segurança" para blindar os produtores rurais dos riscos desse cenário.

 

"A ordem econômica internacional está em um caminho de grandes mudanças. E tudo isso vai impactar nossa agricultura e pecuária, pela sua grande integração com os mercados internacionais e pelo papel estratégico que a nossa produção desempenha no mundo", afirmou em discurso no plenário do Senado Federal.

 

Martins fez um pronunciamento na cerimônia de entrega de documento com a agenda institucional da CNA ao Congresso Nacional. "Vamos precisar de muita paz interna e de um ambiente de tranquilidade e segurança para blindarmos os produtores das incertezas e dos riscos de uma economia internacional em transformação", disse.

 

Entre as prioridades listadas pela CNA para 2025 estão as mudanças no modelo de seguro rural e a aprovação da proposta de reciprocidade econômica e ambiental, que permite a adoção de mecanismos pelo governo em caso de imposição de barreiras comerciais por outros países.

 

Segundo Martins, as propostas buscam proteger a produção nacional de "obsessões regulatórias de um Estado a que tem faltado uma agenda de crescimento". Opositor do governo, o dirigente disse que o Poder Legislativo tem dado apoio ao agronegócio brasileiro e que, se não fosse a força da bancada ruralista no Congresso Nacional, "o peso das regulações do Estado já teria posto fortes limites ao nosso crescimento".

 

"Muitas vezes, o Estado se torna um obstáculo ao crescimento das atividades privadas por meio de uma regulação excessiva, que encarece e, às vezes, impede o crescimento da produção. Muita regulação significa, quase sempre, menos crescimento", disse Martins, sem citar quais seriam as regulações que atrapalham o setor produtivo. "Grande parte da segurança jurídica e política que tem servido ao desenvolvimento do nosso agro se deve à proteção política dessa Frente [Parlamentar da Agropecuária]".

 

Martins também disse que a mudança na conjuntura global pode oferecer oportunidades ao agronegócio brasileiro. Para aproveitá-las, será preciso "eliminar conflitos desnecessários e dar ao setor produtivo os incentivos certos, além do apoio da sociedade e do Estado", concluiu.

 

Plano Safra

 

O vice-presidente da CNA e presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), José Mário Schreiner, disse que o setor agropecuário precisa do reconhecimento da sociedade brasileira e do governo, especialmente na formulação do próximo Plano Safra 2025/26. Ciente do aperto fiscal da União, ele defendeu que é preciso demonstrar prioridade aos produtores para a garantia do fornecimento de alimentos baratos à população, em alusão ao tema da inflação que preocupa o Palácio do Planalto.

 

"Estamos fazendo prospecção bem abrangente para o Plano Safra e sabemos da dificuldade fiscal que Brasil enfrenta neste momento. Agora, é claro que há de haver uma reflexão muito grande em relação ao retorno que o setor agropecuário dá para toda a sociedade", declarou, em coletiva de imprensa.

 

A "conscientização", disse Schreiner, significa, essencialmente, mais recursos para a subvenção ao prêmio do seguro rural ainda em 2025 e reforço no orçamento da equalização de juros para pequenos e médios produtores.

 

"Compete à sociedade e ao governo aquilo que ele vai colocar para o Plano Safra. O pequeno e o médio precisam ser vistos como prioridade para que possamos continuar produzindo alimentos a custo acessível à população", completou.

 

Pesquisa

 

Durante a cerimônia de entrega da agenda legislativa da CNA, a senadora e ex-ministra da Agricultura, Tereza Cristina (PP-MS), elogiou a proposta da entidade de doar recursos para o financiamento da pesquisa da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

 

"Essa ação da CNA é uma coisa que o agro brasileiro nunca vai esquecer, e atrairá mais parceiros para não ter pesquisa interrompida", disse a senadora.

 

A Confederação se propôs a aportar R$ 100 milhões por ano para custear pesquisas da Embrapa, como mostrou a reportagem. "Com a CNA fazendo a curadoria da pesquisa para saber onde os recursos serão aplicados", enfatizou a parlamentar.

 

"Essa empresa é joia da coroa, mas está deixando de ser para ser quinquilharia, se alguém não colocar a mão para ajudar", concluiu (Globo Rural, 26/3/25)

 



CNA divulga agenda legislativa com projetos de lei que impactam o agro

Agenda Legislativa traz os projetos que são de maior interesse para o agro. Foto CNA

 

Atualmente, CNA acompanha mais de 7,5 mil projetos de lei e, destes, 87 propostas foram selecionadas e consolidadas na agenda de 2025.

 

Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) divulgou, hoje (26), em sessão solene no plenário do Senado, a Agenda Legislativa do Agro 2025 com a análise de 87 projetos de lei em tramitação no Congresso Nacional que impactam os produtores rurais e a sociedade brasileira.

 

Os eixos temáticos da Agenda Legislativa do Agro 2025 estão divididos em Tributação e Política Agrícola; Meio Ambiente e Recursos Hídricos; Direito de Propriedade; RelaçõesTrabalhistas; Relações Internacionais; Infraestrutura e Logística; Produção Agropecuária e Educação.

 

Atualmente, a Assessoria de Relações Institucionais (ARI) da CNA acompanha mais de 7,5 mil projetos de lei e, destes, 87 propostas foram selecionadas e consolidadas na agenda de 2025. Em todos há uma análise com as seguintes indicações: apoia (57), não apoia (16) e apoia parcialmente (14).

 

O vice-presidente da CNA, José Mário Schreiner, afirmou que a Agenda Legislativa traz os
projetos que são de maior interesse para o agro, com o posicionamento claro da CNA sobre o que é favorável ou não para o setor.

 

“O documento reúne temas de fundamental importância para o agro, evidenciando os projetos que possuem maior potencial de impacto direto no desenvolvimento sustentável e competitivo do setor. A construção dessa agenda reforça o compromisso da CNA com o diálogo transparente e contínuo com o Congresso Nacional”, destacou.

 

Para a chefe da ARI, Mírian Vaz, o lançamento da agenda simboliza a relevância e o
protagonismo do setor no desenvolvimento do Brasil.

 

“Trazer essa discussão para o Congresso demonstra o reconhecimento da importância de termos um diálogo constante com o Legislativo, garantindo que as demandas e os desafios do produtor rural estejam no centro das decisões que impactam diretamente o futuro do país”, disse (Canal Rural, 26/3/25)