Risco-país brasileiro vai a menor patamar desde novembro/2010
Legenda: Risco em queda — Foto: Arte/G1
Melhora da avaliação das agências de classificação de risco sobre a economia brasileira e o arrefecimento da guerra comercial têm colaborado para a queda do risco.
O risco-país passou a operar num patamar inferior aos 100 pontos nesta segunda-feira (16), alcançando o nível mais baixo em quase 10 anos. No início da tarde, estava pouco acima dos 98 pontos.
Por ora, o patamar do risco-país é o mais baixo desde 8 de novembro de 2010 (97,408 pontos).
O risco-país é medido pelo CDS (Credit Default Swap). O CDS é uma espécie de seguro contra calote e, portanto, funciona como uma das principais medições de riscos entre as economias. Quanto mais alto é o CDS, portanto, mais arriscado o país é considerado pelos investidores.
Ao longo dos últimos dias, o CDS brasileiro já vinha se aproximando da fronteira dos 100 pontos e passou a rondar o patamar da pontuação observada no período em que o Brasil tinha o grau de investimento - a perda aconteceu em 2015.
Segundo o diretor da corretora Mirae Asset, Pablo Spyer, há uma série de fatores que contribuem para a queda do risco-país. Nas últimas semanas, por exemplo, houve uma melhora da avaliação das agências de classificação de risco da economia brasileira. A Fitch elevou a previsão de crescimento do Brasil, e a S&P melhorou perspectiva de nota de crédito do Brasil.
Também há uma melhora do humor global com o arrefecimento da guerra comercial. Na sexta-feira (13), a China e os Estados Unidos concordaram em suspender a aplicação de novas tarifas sobre importações que deveriam entrar em vigor a partir de domingo.
"O arrefecimento da guerra comercial melhorou o risco de todos os países", afirma Pablo.
A queda do risco-país também tem se refletido no mercado financeiro. A bolsa tem colecionado sucessivos recordes no fechamento e o dólar voltou a operar próximo do patamar de R$ 4,05 (G1, 16/12/19)