Roberto Rodrigues na TV Jovem Pan enaltece o agro e aponta para seu futuro
O ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues e o presidente da Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG) Luiz Carlos Corrêa Carvalho em recente reunião na Agrishow em Ribeirão Preto
Em entrevista concedida à TV Jovem Pan o ex-ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, comenta o protagonismo do agronegócio brasileiro que já transformou o País no líder mundial na nova “economia verde”, na produção de alimentos e energia limpa e renovável, apontando para gargalos que precisam ser enfrentados e solucionados.
Roberto Rodrigues participou do programa da TV Jovem Pan “Direto ao Ponto” dirigido pelo jornalista Adalberto Piotto. O programa foi ao ar no último dia 15 de maio e pode ser assistido na íntegra na TV BrasilAgro (https://www.brasilagro.com.br/conteudo/brasilagro-470-entrevista-do-ex-ministro-da-agricultura-roberto-rodrigues.html).
Segundo o ex-ministro, o Brasil conta com cerca de 5 milhões de produtores, dos quais 1 milhão produzem com maior eficiência e produtividade. “Estes empreendedores usam a ciência, a tecnologia e principalmente a sustentabilidade para alimentar 800 milhões de pessoas, usando as mesmas áreas para produzir, sem desmatar, cada vez mais e com maior eficiência”.
Um dos gargalos apontados por ele envolve a temática das queimadas e derrubada de florestes. “O produtor rural é o maior defensor do meio ambiente. As agressões ao meio ambiente são feitas por bandidos, infratores da lei e cabe à Justiça denunciá-los e condená-los. É uma minoria cujas ações provocam grande ruído principalmente nos países que subsidiam fortemente seus produtores rurais que não têm a eficiência dos brasileiros”.
Ele também reclamou da inação governamental em relação a política externa do País. “O Itamaraty deveria priorizar acordos comerciais para abrir acesso a mercados ainda fechados para nossas exportações”. Para os pequenos produtores e a agricultura familiar atingir escala, ele sugere a formação de cooperativas, modelo amplamente usado principalmente nos países da União Europeia.
Ao ser questionado se as esferas governamentais conhecem o setor e os seus desafios, o ex-ministro foi enfático:
“O ministro Carlos Fávaro, da Agricultura, conhece pois é do setor. O vice-presidente Geraldo Alckmin também conhece. O resto eu não sei, Grande parte dos nossos dirigentes e formadores de opinião, por desconhecimento do setor e da
sua importância e relevância econômico-social, se engajam nas campanhas orquestradas por ONGs e por governos estrangeiros que subsidiam fortemente seus agricultores para atacar a nossa eficiência, nosso empreendedorismo, nossa tecnologia e nosso protagonismo”.
A invasão russa na Ucrânia trouxe mudanças no cenário geopolítico global onde se evidencia a formação de dois blocos: o do rico Ocidente, sem estratégias e sem lideranças expoentes e o da China com estratégia e onde o Brasil se encontra “pendurado”. “O que sustenta a economia brasileira é o agro eficiente, produtivo e responsável. É a agricultura tropical, graças aos órgãos de pesquisa, Embrapa a frente, quem alimenta e continuará alimentando o mundo”, diz.
FUTURO
A evolução do crescimento no campo tem sido constante num processo efetivo de transformação econômica e social. “Principalmente pós pandemia, os jovens voltaram e se dirigem ao campo, trazendo conhecimento e tecnologia. Exemplo disto é que, historicamente o Brasil sempre foi grande importador de trigo. O Brasil consome 14 milhões de toneladas do cereal. Até 2030, estaremos produzindo 30 milhões e exportando 6 milhões”.
“O futuro está desenhado e conta com sustentabilidade social, ambiental e governança (ESG) e energias limpas e renováveis (biomassa, solar e eólica) incluindo o hidrogênio produzido a partir do etanol da cana-de-açúcar e do milho que se transforma em energia elétrica. Pesquisas mostram que os carros híbridos produzem menos CO2 do que os carros elétricos (a partir de energia fóssil”.
O Brasil precisa também liderar a corrida para a descarbonização e reúne condições para isto. “Pesquisas mostram, por exemplo, que o agropasto na pecuária sequestra mais carbono do que o arroto do boi. O mercado de carbono que está sendo discutido também coloca o País como protagonista global. Além disto, já somos o País de maior crescimento de consumo bioinsumos do mundo”, explica.
Roberto Rodrigues enfatiza que o agro produzido no campo está umbilicalmente ligado às cidades. “As indústrias de máquinas e implementos agrícolas, de pneus, de drones, de satélites, de aeronaves, de equipamentos eletrônicos, de veículos, de insumos e até os portos estão localizados em perímetros urbanos. Logo, não é justo desassociar o rural do urbano”, defende.
FAGEV/23
Roberto Rodrigues, ex-ministro da Agricultura, Luiz Carlos Corrêa Carvalho, presidente da Abag, jornalista Ronaldo Knack, BrasilAgro, prefeito de Ribeirão Preto Duarte Nogueira e cineasta Fernando Carranza da Antarctica Films dos EUA reunidos na Agrishow para discutirem projeto do Fórum e Agenda Global da Economia Verde – FAGEV/2023
No último dia 1º de maio, na abertura da Agrishow, o ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues participou de reunião com o jornalista Ronaldo Knack, do BrasilAgro e o cineasta norte-americano Fernando Carranza para discutirem a estratégia para a promoção do Fórum e Agenda Global da Economia Verde (www.economia-verde.agr.br) que será promovido em Riberão Preto nos dias 18 e 19 de setembro deste ano.
Luiz Carlos Corrêa Carvalho, Roberto Rodrigues, Ronaldo Knack, Duarte Nogueira e Fernando Carranza
Também particiaram do encontro o presidente da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag) Luiz Carlos Corrêa Carvalho e o prefeito de Ribeirão Preto Duarte Nogueira. Na oportunidade, o cineasta Fernando Carranza apresentou o projeto de produção de um documentário sobre o protagonismo do agro brasileiro que será exibido globalmente em emissoras de TVs abertas e fechadas (incluindo os canais da Disney e o Netlix) e canais de streaming
Ronaldo Knack, Duarte Nogueira e Fernando Carranza
(Da Redação, 25/5/23)