21/01/2025

Safra brasileira de café deve ficar abaixo da média pelo 5º ano seguido

Safra brasileira de café deve ficar abaixo da média pelo 5º ano seguido

Análise divulgada pelo Itaú BBA considera dados do Departamento de Agricultura dos EUA. Foto Gustavo Facanalli – Embrapa

 

Escassez hídrica e excesso de calor estão entre as razões para a queda de produção.

 

A produção de café do Brasil que será colhida neste ano deverá permanecer abaixo da média, marcando o quinto ano consecutivo de produção aquém do normal, segundo análise do Itaú BBA.

Em boletim mensal, a consultoria ponderou que o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) revisou para baixo sua estimativa para a safra 2024/25 do Brasil, de 69,9 milhões para 66,4 milhões de sacas, sendo 45,4 milhões de arábica e 21 milhões de robusta.

 

Os números indicam variações de +1,1% no arábica e -1,9% no robusta em comparação com o ciclo anterior. A revisão do USDA está alinhada com a projeção feita pelo Itaú BBA em agosto de 2024, que previa 65,5 milhões de sacas.

 

Na análise do banco, com o consumo global de café em alta e a oferta de arábica limitada para 2025 e o início de 2026, os preços devem permanecer elevados, com possibilidade de novas altas.

“Esse cenário tende a reduzir as exportações brasileiras e dificultar a originação de café, impactando tradings e indústrias de torrefação e café solúvel, que podem enfrentar pressão adicional devido às chamadas de margem”, destacou o boletim do Itaú BBA.

 

Causas

 

Sobre os fatores que prejudicam a produção, o banco destaca que a seca e o forte calor afetaram o pegamento das floradas nas plantas de café arábica, especialmente em áreas não irrigadas.

 

Por outro lado, para o robusta (conilon), o pegamento das floradas foi positivo no Espírito Santo, principal Estado produtor, e os bons tratos culturais devem favorecer a produção, desde que o clima continue estável.

 

“O cenário é particularmente favorável para os produtores de robusta, que podem colher volumes elevados e aproveitar preços elevados em 2025. Já as áreas irrigadas de arábica, menos afetadas pela seca, também podem registrar bons resultados em produtividade” (Globo Rural, 20/1/25)