Safra de milho deverá atingir 132 milhões de toneladas

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Estimativa é da consultoria Agroconsult e, se confirmada, volume será recorde.

O Brasil deverá atingir a marca recorde de 132 milhões de toneladas de milho nesta safra 2022/23. Após uma produção de 30 milhões na safra de verão, a de inverno está com potencial para 102 milhões.

As estimativas são da Agroconsult, que prevê Mato Grosso superando os 50 milhões de toneladas na safrinha pela primeira vez. Os números são impressionantes, mas os analistas da consultoria alertam para algumas dificuldades que eles devem trazer.

Primeiro, como utilizar esse milho internamente. Nos cálculos da Agroconsult, o Brasil deverá consumir 80,4 milhões de toneladas, 8,2% acima da safra anterior. A indústria de proteínas, em alta, fica com um volume maior, enquanto o setor de etanol, que vem se expandindo, vai processar pelo menos 13,6 milhões de toneladas do cereal.

O segundo desafio será logístico. O país terá de administrar a armazenagem recorde de soja, boa parte ainda nos armazéns, com a de milho. O grande potencial de produção de milho, porém, abre portas para uma exportação de 54,1 milhões de toneladas, conforme as estimativas da consultoria.

O volume nas exportações de milho, no entanto, acarretará mais um grande desafio para os portos, que receberão também volumes recordes de soja em grão, de farelo de soja e de açúcar.

A segunda safra de milho, que começou com atraso devido à colheita tardia da soja, tem um potencial garantido de produção de 85% em Mato Grosso e de 68% em Goiás, importantes estados produtores.
Paraná, São Paulo, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul, no entanto, ainda podem sofrer forte influência do clima. Segundo a Agroconsult, pelo menos 20 milhões de toneladas ainda têm risco de perdas nessas regiões.

O atraso no plantio do milho fez com que pelo menos 728 mil hectares deixassem de ser semeados. Com isso, a área de lavoura, prevista em 17,4 milhões de hectares em janeiro pela consultoria, ficou em 16,7 milhões, conforme estimativa deste mês (Folha de S.Paulo, 24/5/23)