Safra de soja e de milho de consultoria supera em 20 mi de t a da Conab
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Se o dado se confirmar, o país pode chegar a um recorde em 2024/25.
Se o dado de produção de soja e de milho da consultoria Agroconsult se confirmar, o país poderia chegar a um recorde de 342 milhões de toneladas na safra 2024/25.
Esse volume leva em consideração os dados de milho e de soja previstos pela consultoria, somados aos dados da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) para as demais culturas.
Cada empresa tem sua metodologia de pesquisa, mas a Agroconsult estima uma safra de soja e de milho 20 milhões de toneladas acima do que prevê a Conab. Esta avalia uma produção total de grãos de 322 milhões de toneladas na safra 2024/25.
A Agroconsult espera uma safra bem mais gorda para soja e milho do que as outras duas instituições.
Muita coisa pode ocorrer no desenvolvimento da lavoura, mas esse é o potencial de produção do momento, diz André Debastiani, coordenador do Rally da Safra. Ele afirma, no entanto, que a safra só se concretiza quando está no armazém.
Nos cálculos da Agroconsult, o Brasil produzirá 172,4 milhões de toneladas de soja e 133,8 milhões de milho. A Conab estima 166,3 milhões para soja e 120 milhões para milho.
Vários fatores levam a consultoria a acreditar em uma boa safra neste ano, ao contrário do que ocorreu em 2024, quando houve quebra.
A área plantada é recorde, atingindo 47,5 milhões de hectares, e o plantio ocorreu em boas condições, com uma baixa necessidade de replantio.
O produtor pisou no freio, no entanto, na ampliação da área neste ano, que aumentou 700 mil hectares, abaixo da média anual de 1,6 milhão de hectares dos últimos dez anos.
Debastiani destaca, ainda, as boas condições climáticas no início do ciclo, o que deve levar todos os estados a ter uma produtividade superior à média dos últimos cinco anos.
Alguns estados começaram bem, mas as condições climáticas não foram tão favoráveis a seguir. Um dos exemplos é o Rio Grande do Sul, um das regiões que têm mostrado sérios problemas nos anos recentes.
A boa notícia para o produtor é que há previsão de chuva para os próximos meses. O excesso de umidade, porém, poderá alongar o ciclo das lavouras, interferindo no plantio do milho.
A grande safra brasileira joga contra o produtor. Os estoques mundiais crescem e não há muita perspectiva de elevação dos preços, segundo André Pessoa, presidente da Agroconsult.
Além do aumento de produção, o país vem com um estoque de passagem elevado. As exportações, na avaliação da Agroconsult, sobem para 105 milhões, e a China importa próximo de 109 milhões.
As ações de Donald Trump na Presidência dos Estados Unidos não interferirá muito nesta safra dos americanos, uma vez que boa parte dos contratos de venda já foram efetuados. No segundo semestre do ano, quando os produtores voltam a colher, as ações de Trump poderão influenciar, se houver uma guerra comercial.
O Brasil poderá lucrar com eventuais atritos comercias entre Estados Unidos e China, mas boa parte do que o país podia crescer já ocorreu no primeiro mandato de Trump, tanto na soja como nas carnes.
Um dos requisitos para o produtor obter margens nas negociações é a produtividade. Desse ponto de vista, o cenário é melhor neste ano, mas não há sinais de recuperação dos preços internacionais. Internamente, o câmbio poderá ajudar, segundo Pessoa.
O ano passado foi um período de dificuldade financeira para muitos agricultores, devido à quebra de safra. Neste ano, as margens que estão sendo geradas não serão suficientes para resolver problemas dos que vêm com dívidas, afirma o presidente da consultoria (Folha, 17/1/25)
Safra recorde de soja no Brasil é estimada em 172 milhões de toneladas
SOJA-Foto Divulgação
Projeção foi divulgada nesta quinta-feira (16/1) pela Agroconsult, que também indica uma área recorde com o grão.
O Brasil deve colher uma safra recorde de soja em 2024/25, avaliada em 172,4 milhões de toneladas, segundo estimativa da Agroconsult divulgada nesta quinta-feira (16/1). Se confirmado, o volume representará um crescimento de 10,9% na comparação com o resultado de 2023/24.
Segundo a consultoria, o início da atual temporada foi marcado por boas condições climáticas na maior parte do país, apesar do atraso no início do plantio. Com um plantio também recorde, de 47,5 milhões de hectares – crescimento de 1,5% em relação ao ciclo anterior – a perspectiva é de produção recorde.
“Atraso na implantação das lavouras não quer dizer impacto em termos de produtividade. Pelo contrário. O plantio mais tardio gera uma janela climática melhor”, destacou André Debastiani, coordenador do Rally da Safra, expedição de campo promovida pela Agroconsult.
Com a continuidade das chuvas desde o final do ano passado, a previsão da consultoria é de produtividades acima da média em todos os Estados produtores de soja do país. Em Mato Grosso, maior Estado produtor do país, a previsão da Agroconsult é de um aumento de 20% no volume de soja a ser colhido em 2024/25, para 64,5 milhões de toneladas.
“Sem dúvida alguma, você começar uma safra com um bom plantio é mais de meio caminho andado não só pela implantação das lavouras, mas também pelo custo”, observa o analista.
Apesar do bom início da estação, a avaliação do presidente da Agroconsult, André Pessôa, é de que a nova temporada será de margens mais apertadas em decorrência da queda dos preços da soja em Chicago.
“Apesar da redução dos custos com defensivos e um pouco de fertilizantes, não foi ao ponto de mudar a trajetória da margem”, alerta Pessôa.
Segundo ele, a margem só não será pior que o registrado em 2023/24 por conta do dólar em alta. “Isso aumenta um pouco o custo de produção dos itens dolarizados, mas ajuda muito a receita”.
Condições climáticas
Em relação ao desenvolvimento das lavouras, a Agroconsult alerta para a piora das condições climáticas em Mato Grosso do Sul e no Rio Grande do Sul, com áreas com mais de 20 dias sem chuva.
“São regiões com veranicos que já retiram a produtividade, com abortamento de flores e vagens. A boa notícia é que tem previsões boas de chuvas que talvez estanquem as perdas que observamos até aqui”, completa Debastiani.
Para o Rio Grande do Sul, a previsão da Agroconsult é de queda de 0,2% na produção de soja em 2024/25, para 49,5 milhões de toneladas. Pra o Mato Grosso do Sul, a previsão é de uma colheita de 56,5 milhões de toneladas, avanço de 13% na comparação com 2023/24 (Globo Rural, 17/1/25)