Safra mundial de arroz tem primeira queda em sete anos
Colheita de arroz na China-
Produção 2022/23 recua para 503 milhões de toneladas; consumo vai a 616 milhões.
A produção mundial de arroz recua para 503 milhões de toneladas na safra 2022/23, o primeiro declínio em sete anos, o que reduz espaços para quedas de preços no mercado internacional.
Algumas quedas de produção são significativas, como a dos Estados Unidos. O país sofrerá recuo de 16%, registrando o menor volume em 28 anos. As exportações norte-americanas caem 20%, para o menor patamar em 36 anos.
Os dados são do Usda (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), que aponta as principais reduções de produção na China, México, Rússia, Ucrânia, além dos Estados Unidos.
O consumo mundial supera a produção e vai a 516,1 milhões de toneladas, colocando os estoques mundiais em 170 milhões.
O arroz é uma das commodities com os menores volumes de transações internacionais. Na safra 2022/23, apenas 54,4 milhões de toneladas do cereal ultrapassarão fronteiras.
A China, principal produtora mundial, terá uma safra de 146 milhões de toneladas, 2% a menos do que no ano anterior. Já a Índia apresenta evolução positiva na produtividade, mas a safra prevista de 125 milhões de toneladas será inferior em 4,1% à do ano passado.
O Usda divulgou também nesta terça-feira (17) a produção mundial de trigo, que sobe para 781,3 milhões de toneladas, 2 milhões acima da de 2021/22.
O volume dá sustentação aos preços em patamares menores, após a disparada na guerra da Rússia com a Ucrânia. O primeiro contrato em Chicago está em US$ 7,51 por bushel (27,2 kg).
As exportações mundiais vão a 210 milhões de toneladas, e os olhares se voltam para a Ucrânia, que terá apenas 13 milhões de toneladas para colocar no mercado externo, um potencial bem inferior ao do anterior à guerra (Folha de S.Paulo, 18/1/23)