11/05/2020

Safras reduz projeção para milho safrinha 2019/20 a 69,5 mi t por seca

Safras reduz projeção para milho safrinha 2019/20 a 69,5 mi t por seca

A consultoria Safras & Mercado reduziu nesta sexta-feira sua estimativa de produção para a segunda safra de milho 2019/20 do Brasil para 69,56 milhões de toneladas, ante 73,8 milhões de toneladas estimados em levantamento anterior, devido à falta de chuvas.

Em relação ao desempenho do ciclo de 2018/19, a nova projeção para a safrinha de milho representa queda de 6,5%.

Com a revisão, a perspectiva de produção total de milho do Brasil nesta temporada também baixou, para 101,5 milhões de toneladas, ante projeção anterior de 105,7 milhões de toneladas.

A perspectiva atual para a produção total do grão também é 5,5% menor que as 107,375 milhões de toneladas colhidas na temporada anterior.

“Houve um corte significativo em relação à estimativa divulgada em março...por conta da estiagem que trouxe quebras para a safrinha de Mato Grosso do Sul, Paraná e São Paulo”, disse o consultor da Safras & Mercado Paulo Molinari, em nota.

Segundo ele, a produção do cereal no Paraná deve cair mais de 27% frente ao ano passado, a de Mato Grosso do Sul quase 28% e a de São Paulo acima de 19%. “A queda será compensada pela produção maior em Goiás, Mato Grosso e Minas Gerais”, estimou.

Molinari destacou que houve uma alta de 1,7% na área a ser plantada na safrinha, para 12,460 milhões de hectares ante os 12,257 milhões de hectares da segunda safra 2018/19, mas o recuo na produtividade impediu o avanço da produção.

“A produtividade média tende a ser menor frente aos 6.072 quilos por hectare colhidos no ano passado, ficando em 5.582 quilos por hectare”, afirmou.

O agrometeorologista da Rural Clima, Marco Antônio Santos, disse à Reuters que a seca foi, de fato, o principal entrave para a safrinha até o momento e que o mercado deve seguir atento às precipitações.

“O frio (mais intenso) acabou. Pode vir entre esta sexta-feira e o sábado, mas nada que possa trazer problema de geadas para o milho. O que temos que observar agora é a ocorrência de chuvas”, afirmou.

Na mesma linha, o técnico do Departamento de Economia Rural (Deral) Edmar Gervásio disse que a geada ocorrida no principal Estado produtor de milho safrinha no Brasil, o Paraná, ocorreu em pontos isolados, mais ao sul, onde não há cultivo do cereal de segunda safra.

Em função da falta de chuvas, a expectativa de produção para a safrinha do Paraná, calculada pelo Deral, passou de 12,86 milhões de toneladas para os atuais 12,24 milhões de toneladas, mas Gervásio alertou que serão feitas novas revisões para baixo.

“Já trabalhamos com viés negativo. Nesse ou no próximo mês virá mais um ajuste na produção de milho... pois ainda não contabilizamos as perdas de algumas regiões como o norte do Estado”, afirmou o especialista.

SOJA

Na soja, por outro lado, a Safras & Mercado elevou as estimativas de produção para 124,6 milhões de toneladas, 400 mil toneladas a mais do que o estimado no levantamento divulgado em março.

Em relação à temporada anterior, quando foram colhidas 119,3 milhões de toneladas, a nova projeção representa alta de 4%.

Com a colheita praticamente encerrada, a consultoria indica aumento de 2,1% na área, que ficou em 37,15 milhões de hectares, ante 36,384 milhões de hectares de 2018/19.

Segundo o analista da consultoria Luiz Fernando Roque, foram feitos apenas pequenos ajustes em produtividades médias registradas em estados do Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Com isso, a média nacional deve passar de 3.296 quilos por hectare em 2018/19 para 3.371 quilos em 2019/20 (Reuters, 10/5/20)