27/06/2018

São Martinho eleva lucro em 72,3%, para 491,7 milhões, na safra 2017/18

São Martinho eleva lucro em 72,3%, para 491,7 milhões,  na safra 2017/18

O Grupo São Martinho, um dos maiores do setor sucroenergético brasileiro, prevê processar 7,4 por cento menos cana na atual safra 2018/19, resultado de um clima seco desde o início do ano e de uma maior renovação do plantio, disse a empresa em fato relevante nesta terça-feira.

Com usinas em São Paulo e Goiás, a companhia espera moer 20,57 milhões de toneladas neste ciclo, contra 22,20 milhões alcançados em 2017/18.

“A redução na estimativa do volume de cana a ser processada é resultado do clima seco observado desde o inicio de 2018... e do aumento de renovação do plantio, acelerando nosso projeto de atingir 24 milhões de toneladas de cana de açúcar nos próximos anos”, afirmou a empresa no comunicado, assinado pelo diretor financeiro e de Relações com Investidores, Felipe Vicchiato.

Em linha com o restante do setor, o Grupo São Martinho também prevê destinar maior oferta de cana para a produção de etanol (65 por cento em 2018/19 versus 53 por cento em 2017/18).

Com isso, devem ser fabricados 663 milhões de litros de etanol hidratado (alta de 42,4 por cento) e 456 milhões de litros de anidro (queda de 6,5 por cento). A produção de açúcar, por sua vez, tende a diminuir 30,4 por cento, para 980 mil toneladas.

A expectativa do Grupo São Martinho é alcançar 142,6 kg de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR) por tonelada de cana moída, aumento de 2 por cento frente o ano passado.

O Grupo São Martinho fechou a safra 2017/18 com lucro líquido 73,2 por cento maior, atingindo 491,7 milhões de reais. A geração de caixa, medida pelo Ebitda ajustado, avançou 34,9 por cento, para quase 2 bilhões de reais.

Para a atual temporada, a empresa já fixou preços para 535 mil toneladas de açúcar, a um preço médio de 15,51 centavos de dólar por libra-peso. O volume é equivalente a 55 por cento do total de cana a ser moída (Reuters, 26/6/18)


São Martinho se prepara para real mais fraco

A São Martinho, uma das maiores exportadoras de açúcar do Brasil, está se posicionando para uma desvalorização maior do real.

A empresa acredita que a moeda, que já caiu cerca de 12 por cento em relação ao dólar neste ano, enfrentará mais quedas, alimentadas pela incerteza em relação às eleições de outubro. Isso provavelmente criará oportunidades para que a São Martinho realize hedge das exportações futuras a taxas de câmbio que gerarão mais reais, disse o diretor financeiro da empresa, Felipe Vicchiato. As exportações de commodities normalmente têm preços fixados em dólares.

A São Martinho informou na segunda-feira que toda a sua dívida denominada em dólar com vencimento no ano que vem foi refinanciada. Como resultado, a empresa agora tem espaço no balanço para fazer hedge contra as taxas de câmbio e os preços do açúcar para metade de suas exportações de 2019 nos próximos meses, disse Vicchiato, em entrevista, em seu escritório, em São Paulo.

“Nossa estratégia é aproveitar a volatilidade cambial deste ano eleitoral”, disse Vicchiato, acrescentando que também espera alguma volatilidade nos preços do açúcar uma vez que a queda da produção de açúcar do Brasil ainda não foi totalmente considerada nos preços futuros. A empresa acelerará as vendas antecipadas se os preços do açúcar em moeda local chegarem a R$ 1.500 (US$ 397) por tonelada, contra níveis atuais próximos a R$ 1.150, disse.

A São Martinho provavelmente esmagará 20,6 milhões de toneladas de cana-de-açúcar na temporada 2018-2019, disse Vicchiato. O total é menor do que o potencial de esmagamento de 23 milhões de toneladas, que poderia ter sido alcançado se o clima seco não tivesse prejudicado alguns canaviais. A produção de açúcar na região Centro-Sul do Brasil pode cair para 28 milhões de toneladas, contra 36 milhões de toneladas na safra passada, disse (Bloomberg, 26/6/18)