Seca deve prolongar queda de produção de açúcar da Índia
A produção de açúcar na Índia, que disputa com o Brasil o título de maior produtor mundial, provavelmente cairá para o patamar mais baixo em três anos na próxima temporada, porque o clima seco em algumas das principais áreas de cultivo na região ocidental do país está reduzindo o plantio.
A produção poderia cair para menos de 30 milhões de toneladas no período de 12 meses que começa em 1 de outubro, em comparação com o total estimado em 31,5 milhões de toneladas nesta temporada, disse Prakash Naiknavare, diretor administrativo da Federação Nacional de Usinas de Açúcar Cooperativas.
A Índia produziu o recorde de 32,5 milhões de toneladas em 2017-2018, segundo a Associação Indiana de Usinas de Açúcar.
Uma redução da safra por dois anos seguidos pode diminuir as exportações e estimular os preços globais, que caíram 21 por cento em 2018 - segundo ano consecutivo de quedas - porque a grande produção global despertou o receio de excesso de oferta. A Índia se torna importadora ou exportadora de açúcar dependendo da produção local.
"Uma seca em algumas partes de Maharashtra desencorajou o plantio", disse Naiknavare em entrevista por telefone nesta segunda-feira.
"Analisando o ritmo de plantio, parece que a superfície plantada com cana-de-açúcar diminuirá." Algumas áreas em Karnataka, o terceiro maior estado produtor da Índia, que fica no sul do país, também sofrem secas, disse ele.
As exportações de açúcar da Índia podem totalizar de 2,5 milhões a 3 milhões de toneladas no ano encerrado em 30 de setembro, em comparação com a meta do governo de 5 milhões de toneladas, disse Naiknavare.
"A janela de exportação se fechará antes que a nova safra do Brasil chegue ao mercado", em março e abril, disse ele. Uma alta do preço mínimo de venda do açúcar também vai desacelerar as exportações, disse Naiknavare (Bloomberg, 18/2/19)