22/12/2017

Sem interferência do governo, pecuária argentina se renova

 Gado bovino em propriedade rural na Argentina

A pecuária argentina começa a renovar-se. O abate de gado atingiu 11,6 milhões de cabeças de janeiro a novembro, 9% mais do que em igual período anterior.

Sem as interferências do governo, a produção de carne atingiu 2,6 milhões de toneladas até o mês passado, superando em 8,5% a de igual período de 2016.

Os dados são da Ciccra (uma câmara da indústria e do comércio da carne na Argentina).

Essa boa evolução interna do setor ajudou também as exportações, que aumentaram 28% nos dez primeiros meses do ano, para 155 mil toneladas. As receitas externas somaram US$ 1 bilhão.

Um dos pilares do mercado externo argentino são os chineses, que vêm elevando o volume de compras ano a ano. Em 2017, a China comprou 71 mil toneladas de carne fresca da Argentina. Há quatro anos esse volume era de apenas 11 mil toneladas.

Um sinal preocupante para o setor, porém, é a composição dos abates. As vacas que foram enviadas aos frigoríficos no mês passado atingiram 45% do total dos animais abatidos, o mais elevado percentual em oito anos.

Ao persistir essa tendência, o rebanho voltaria a diminuir e a produção de carne voltaria a ser menor.

No período da crise mais aguda, em 2008 e 2009, o abate de fêmeas chegou a 50% (Folha de S.Paulo, 22/12/17)