06/06/2024

Senado aprova Mover, programa para descarbonização do setor automotivo

Senado aprova Mover, programa para descarbonização do setor automotivo

CARRO ELETRICO Foto Marcelo Camargo Agência Brasil

 

Projeto passou com jabuti da 'taxa das blusinhas', que chegou a ser cortado pelo relator, mas foi reinserido.

Senado aprovou, nesta quarta-feira (5), o projeto de lei do Mover (Programa Mobilidade Verde e Inovação) com apoio da base do governo e da oposição. Foram 67 votos favoráveis e nenhum contra.

Voltado para a descarbonização do setor automotivo, o programa criado pelo governo federal para substituir o antigo Rota 2030 visa incentivar a implementação de uma frota menos poluente no país.

O Mover havia sido criado inicialmente como medida provisória —que tem efeito imediato, mas prazo de validade curto. Depois, o governo enviou um projeto para transformar o programa em lei.

A medida, no entanto, expirou no último dia 30 de maio, após a votação ser adiada diversas vezes em função de discordâncias entre os parlamentares acerca dos "jabutis" —termo usado para trechos adicionados a um projeto, mas que não têm relação com o tema central da proposta.

Um dos jabutis inseridos pela Câmara dos Deputados que causaram mais debate foi sobre a chamada "taxa da blusinha", que prevê a taxação das compras internacionais de até US$ 50. Na terça (4), esse e outros trechos sem relação com o Mover chegaram a ser retirados do projeto pelo relator Rodrigo Cunha (Podemos-AL), movimento que gerou nova divergência no Congresso.

Após disputa entre parlamentares e um início de crise com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), o jabuti acabou sendo recolocado por meio de um destaque apresentado pela base do governo nesta quarta. Com isso, a taxação em 20% foi aprovada junto com o Mover.

Como o projeto foi alterado pelo Senado, ele ainda precisará passar novamente pela Câmara e, só depois, vai para a sanção presidencial.

O Mover amplia as exigências de sustentabilidade da frota automotiva e estimula a produção de novas tecnologias nas áreas de mobilidade e logística. Um dos objetivos é incentivar a descarbonização, promovendo combustíveis alternativos.

Empresas habilitadas no regime poderão usufruir de créditos financeiros se realizarem gastos em pesquisa e desenvolvimento e investimentos em produção tecnológica realizadas no país.

Os créditos estão limitados a R$ 3,5 bilhões em 2024, R$ 3,8 bilhões em 2025, R$ 3,9 bilhões em 2026, R$ 4 bilhões em 2027 e R$ 4,1 bilhões em 2028.

O projeto também cria o Fundo Nacional de Desenvolvimento Industrial e Tecnológico (FNDIT), para apoiar programas do setor. Ele será instituído e gerenciado pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) (Folha, 6/6/24)