Sete empresas brasileiras poderão exportar soro fetal bovino para a China
Tecnoshow Comigo contou com a participação do ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, e o governador Ronaldo Caiado - Tecnoshow COMIGO/ Divulgação
Anúncio foi feito pelo ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, no primeiro dia da Tecnoshow Comigo, maior feira agro do Centro-Oeste.
Sete estabelecimentos brasileiros foram habilitados pela China e poderão exportar soro fetal bovino para o país asiático. O anúncio foi feito pelo ministro Carlos Fávaro (Agricultura) nesta segunda-feira (8), no primeiro dia da Tecnoshow, maior feira agrícola do Centro-Oeste, realizada em Rio Verde (GO).
O soro fetal bovino é um suplemento que possui componentes como aminoácidos, ácidos graxos e vitaminas e é utilizado para promover o crescimento de células. Ele é usado por ter baixo conteúdo de imunoglobulinas, segundo o setor.
"Nesta madrugada, que era a tarde de segunda-feira lá em Pequim, fomos comunicados da abertura de sete novos mercados brasileiros de soro fetal bovino. O que é isso? Altíssima tecnologia. Biotecnologia. Retirado da bovinocultura, das vacas, parideiras, dos frigoríficos", afirmou o ministro em Rio Verde.
As sete unidades estão sediadas em São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Goiás —estado com mais unidades habilitadas (três).
As unidades baseadas em Goiás são River City Biotecnologia, de Goiânia, Soroquality Biotecnologia e Sorobras Biotecnologia, ambas de Aparecida de Goiânia.
As habilitadas em São Paulo foram a Bio Nutrientes do Brasil, de Taciba, e a Cripion Biotecnologia, de Andradina. A empresa sul-matogrossense habilitada foi a JBS, de Campo Grande, enquanto a mineira foi a Biomin Biotecnologia, de Divinópolis.
"É a prova de que aqui [Goiás] está a terra da tecnologia, dos investimentos. Não é por simples retórica que estamos falando do papel dessa Tecnoshow. É porque aqui os produtores, as indústrias, a agroindústria investem em tecnologia e fazem com que essa agropecuária seja cada vez mais forte e mais eficiente."
Diferentemente da edição do ano passado, a cerimônia de abertura da feira neste ano não contou com severas críticas ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Em 2023, no início do terceiro mandato de Lula, nenhum representante do governo federal discursou no evento, tampouco havia algum integrante no palco da feira agrícola.
As atuais taxas de juros, a reforma tributária, a falta de um Plano Safra e as invasões de terra protagonizadas no início do ano passado foram muito criticadas por lideranças do agronegócio na abertura da feira.
"Me dediquei muito para superar os desafios das animosidades, talvez até das intolerâncias, das incertezas de um novo governo [...] No período eleitoral os ânimos ficam acirrados [...] Mas eleição acabou, é hora de trabalhar. O ano de 2023 não adiantava para tirar as animosidades, as incertezas, as inseguranças", disse o ministro em seu discurso no evento.
A Tecnoshow, organizada pela cooperativa Comigo (Cooperativa Agroindustrial dos Produtores Rurais do Sudoeste Goiano), será realizada até sexta-feira (12), com a expectativa de reunir cerca de 140 mil visitantes e ao menos repetir as intenções de negócios geradas em 2023, de R$ 11,1 bilhões (R$ 11,42 bilhões, atualizados).
Presidente da Comigo, Antônio Chavaglia disse em seu discurso de abertura que o agronegócio enfrenta um ano não muito agradável e que a economia apresenta "muitas incertezas" (Folha, 9/4/24)