18/11/2024

Sindicalistas defendem intervenção e CPI no Senar/SP

Sindicalistas defendem intervenção e CPI no Senar/SP

Antonio Vitor é presidente da Federação dos Trabalhadores na Indústria da Alimentação do Estado de São Paulo. Foto Divulgação

 

Diante das irregularidades que vem sendo denunciadas e depois do escândalo ocorrido no luxuoso
Royal Palm Plaza Resort Campinas na última 2ª feira (11), quando grupo de dirigentes sindicais  do grupo de oposição “Nova Faesp” foram impedidos de participarem do evento promovido e pago pelo Senar/SP, que contou também com a presença da Polícia Militar e a fuga do local empreendida por Tirso Meirelles, presidente ‘sub judice’ da Federação da Agricultura do Estado de São Paulo – Faesp/Senar, sindicalistas defendem a intervenção no Senar/SP e até mesmo uma CPI no âmbito do Congresso Nacional.

 

Um novo capítulo no imbróglio envolvendo a eleição anulada por unanimidade pelo Tribunal de Justiça do Trabalho da 2ª Região na Faesp/Senar surge com a intervenção do sindicalista Antonio Vitor, presidente da Federação dos Trabalhadores na Indústria da Alimentação do Estado de São Paulo. Ao ser informado que dirigentes do grupo de oposição que representam o cinturão de produção das duas maiores cadeias produtivas do agro paulista – cana-de-açúcar e laranja – estão sendo discriminados pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – Senar/SP, Antonio Vitor acaba de se pronunciar:

 

“É inadmissível que na briga política pelo comando do patronato rural paulista, sobre para os trabalhadores a fatura a ser paga. Excluir os trabalhadores do setor canavieiro e laranjeiro do bolo de recursos do Senar/SP como vingança é de assustar e estarrecer. Assustar porque trata-se de medida ilegal, amoral, insana, irresponsável, arbitrária. E de estarrecer, porque impede que os atuais e futuros trabalhadores destas cadeias produtivas tenham acesso às verbas federais do Senar para as suas formações, qualificações e requalificações profissionais”, afirma.

 

Antonio Vitor sugere criar uma frente de sindicalistas para exigir a intervenção federal no Senar/SP com auditoria e denúncias formais ao Ministério Público e até mesmo ao Tribunal de Contas da União. Ele também deve sugerir, no âmbito do Congresso Nacional, a criação de uma CPI para investigar denúncias que envolvam o “Sistema S” conjunto de nove instituições privadas brasileiras que prestam serviços de interesse público, como educação, saúde, cultura, lazer, assistência social, qualificação profissional e formação técnica e empreendedorismo.

 

“O agronegócio brasileiro vem enfrentando duras batalhas de imagem nos mercados em que atua. Episódios como os que têm sido criados pelo Senar/SP, enfraquecem a estratégia de defesa do nosso protagonismo mundial de produção de alimentos e energias renováveis. A Frente Parlamentar da Agropecuária, que reúne 290 deputados e 50 senadores, certamente apoiaria e incentivaria a criação de uma CPI para apurar as denúncias de desvio de finalidades dos recursos do Senar/SP. Será que elas só ocorrem no Estado de São Paulo?” questiona o sindicalista.

 

“Abominamos a manipulação das verbas federais por dirigentes das federações, como está ocorrendo, segundo notícias divulgadas pela mídia, no âmbito da Faesp/Senar. É preciso seguir os princípios da ética e da lisura. Desvios devem ser denunciados e apurados até mesmo pela Polícia Federal. Premiar os dirigentes rurais que ocasionalmente apoiam determinado dirigente em detrimento dos que formam o grupo de oposição, é discriminatório, criminoso e antidemocrático. A falta de isonomia é própria dos fascistas e dos ditadores. O desvio de recursos federais é crime. Ninguém está acima da lei. Muito menos, quando se trata de recursos públicos”, sustenta Antonio Vitor (Da Redação, 17/11/24)

 

 

Em vídeo, Tirso Meirelles enaltece evento em resort de luxo do qual fugiu com a chegada da polícia

 

Em vídeo distribuído nesta 6ª feira (15) aos presidentes de sindicatos rurais paulistas, o presidente “sub judice” Tirso Meirelles da Federação da Agricultura do Estado de São Paulo – Faesp/Senar, elogia o evento promovido nos dias 11 e 12 deste mês no “Mais Charmoso Resort de São Paulo”, o Royal Palm Plaza Resort Campinas, com despesas pagas pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural/São Paula e diárias de cerca de R$ 1.500,00.

 

Mário Antonio Biral, superintendente do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – Senar São Paulo. Foto Reprodução – Blog Nação Agro

 Juliana Canaan Almeida Duarte Moreira, assessora jurídica do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural – Senar São Paulo. Foto Reprodução Linkedin

Como se recorda, Tirso Meirelles impediu que dirigentes sindicais de oposição ao seu mandato participassem do evento.  Eles representam as regiões das duas maiores e principais cadeias produtivas do agro paulista, Ribeirão Preto com a cana-de-açúcar e Araraquara com a laranja e foram informados por Mário Antonio Biral, superintendente do Senar/SP e pela advogada Juliana Canaan Almeida Duarte Moreira, assessora jurídica do Senar/SP, de que não poderiam participar do evento.

 

Inconformados, acionaram a Polícia Militar que deslocou uma viatura até o luxuoso resort e registraram um Boletim de Ocorrência. Ao mesmo tempo que os policiais chegavam ao local, Tirso Meirelles empreendeu fuga causando alvoroço e risos entre hóspedes e funcionários. No seu vídeo, Tirso Meirelles omite estes fatos e tenta criar falsa narrativa que contrasta com os fatos e a realidade.

 

Também não menciona que, até o momento, perdeu todas as ações de autoria da oposição que tramitam no Tribunal Regional da Justiça do Trabalho da 2ª Região que anulou a eleição do último mês de dezembro por irregularidades e fraude no processo eleitoral, bem como a tentativa de auto posse no último dia 14 de abril no Theatro Municipal de São Paulo. Ele também acusa a oposição de “tentar destruir o sistema Faesp/Senar em benefício próprio”.

 

“Baixo calão”: Da mídia, da oposição ou do impostor?

 

A afirmação lembra a frase do jornalista Paulo Francis, de que a imagem que usamos contra os outros, fala mais de nós do que dos outros. Ora, a gestão tanto do comendador Fábio Meirelles como de seu filho Tirso, é eivada por denúncias feitas pelos principais veículos de comunicação do País (Folha de S.Paulo, O Estado de S.Paulo, Revista Veja, Revista Oeste, portal do Grupo Globo G1, BrasilAgro, Notícias Agrícolas, etc.) sem que nenhuma delas fosse contestada pelos acusados.

 

Evidentemente que todas as denúncias da imprensa trazem noticiário de “baixo calão” quando mencionam os mal feitos pelos transgressores mencionados nas reportagens. Tirso menciona ainda no vídeo que a oposição tenta criar um “ambiente de desconfiança”, quando na verdade a desconfiança surge a partir das suas atitudes suspeitas que contrariam os princípios elementares da ética e da desonestidade.

 

Tirso Meirelles e Nicolás Maduro têm em comum, a defesa e a prática da tirania, da mitomania e da insanidade. Fotos Reprodução - Divulgação

 

A Revista Oeste publicou (28/4/2023) extensa matéria com o título “Uma capitania hereditária no agronegócio”, com vários subtítulos envolvendo Fábio e Tirso Meirelles dentre eles:

 

“Entidade patronal da agricultura de SP favorece presidente e filhos”

 

“Farra com dinheiro do produtor rural. Menos politicagem e mais representatividade”

 

“Fábio Meirelles pagou festa de suas bodas de diamante com dinheiro dos associados”

 

“Vários membros da diretoria não atuam no agronegócio e fraudam contratos de parceria com produtores rurais para “maquiar” o estatuto”

 

“Auditoria independente apontou diversas irregularidades como verificação da falta de relatórios que demonstrem se os

valores repassados pela CNA estão corretos”

 

“A auditoria não localizou a documentação referente à apuração e à base de cálculo da compra da Agrishow por R$ 6 milhões, mas o dinheiro não aparece”

 

E remete a lembrança reportagens reveladoras publicadas pela Folha de S.Paulo e pelo site G1:

 

“Justiça de SP leva 2 meses para avisar Tirso Meirelles sobre veto para ir a bares. Ele foi condenado por acidente que matou três; intimação ocorreu após questionamento da Folha de S.Paulo.

 

Tirso foi condenado e proibido de “frequentar bares, casas noturnas, boates, prostíbulos e outros estabelecimentos de lazer noturno ou de reputação duvidosa”. “Poucos dias, depois foi flagrado em uma festa que uniu apreciadores de charutos e uísques numa charutaria no centro de São Paulo. Ainda foi a outro evento no dia seguinte”.

 

Ainda sobre o acidente, o portal g1 da Rede Globo, informou que “mesmo sem ter feito exame que comprovasse a embriaguez ao volante de Meirelles (Tirso), o juiz considerou os depoimentos dos policiais que atenderam a ocorrência e que relataram o comportamento do réu. Antes do acidente, o empresário havia participado de uma festa”.

 

Tirso Meirelles foi condenado a 2 anos e 11 meses de reclusão e teve suspensa a habilitação por igual período, mas o juiz substituiu a pena por uma outra que o obriga a pagar 30 salários mínimos a uma instituição a ser designada pela Justiça. A defesa de Meirelles sustentou que o carro dele, um Ford Edge, foi atingido pelo carro em que a família seguia após o motorista invadir a pista contrária, mas o laudo da perícia comprovou o contrário” (Da Redação, 16/11/24)