Soja: Atraso no plantio brasileiro pode tirar folga dos estoques da China
Legenda: Estoques chineses de soja estão melhores e poderiam limitar preços (Imagem: REUTERS/Stringer)
A movimentação da soja na bolsa de commodities de Chicago já cruza o atraso do plantio no Brasil com as compras chinesas dos produtores dos Estados Unidos.
O potencial de alta começaria a ficar limitado com as aquisições da China um pouco mais comedidas se a safra 20/21 brasileira não estivesse sob risco de ser mais tardia diante da falta de chuvas.
Marlos Correa, da InSoy Commodities, assim como outros, já entendem que os estoques chineses estão mais folgados, de modo que na volta do feriadão (até amanhã) os importadores do país asiático iriam controlar o apetite para não deixar o bushel escapar muito acima dos US$ 10.
Sem a soja brasileira da última safra, praticamente esgotada, só tem o grão americano disponível.
Mas o atraso no Brasil e poucas perspectivas de chuvas nos próximos dias, indo para a segunda semana de outubro e pressionando a janela de plantio – sem atrasar a colheita e comprometer o cultivo do milho safrinha – ajuda a pressionar positivamente os futuros, de janeiro em diante.
Segundo a AgRural, o plantio brasileiro, até começo do mês, havia avançado nem 2%, contra média histórica de 4,5% para o período.
O mercado precifica a China podendo se ver pressionada a não deixar seus inventários baixarem, por questões estratégicas – evitando o ocorrido na explosão da convid-19 por lá no começo do ano – e ficará comprada nos Estados Unidos.
O analista da InSoy acredita que certamente haverá soja mais tardia no Brasil, mesmo que não signifique prejuízos à produção caso as chuvas voltem na metade de outubro, como se prevê.
Nesta terça (6), as telas de Chicago estão nos US$ 10,36 e US$ 10,29, janeiro e março, 11 pontos acima, ao redor das 10h10 (Brasília), também por influência de novas vendas americanas para destinos não informados pelo governo (Money Times, 6/10/20)