Soja: Novas ameaças de Trump geram tensão em compradores chineses
A estatal chinesa de grãos COFCO comprou cargas de soja dos Estados Unidos, disseram duas fontes próximas ao assunto, embora compras futuras possam ser ameaçadas por novas tensões comerciais entre os dois países.
Na semana passada, a China deu às empresas estatais permissão para a retomada de compras da oleaginosa, usada em ração animal, depois que Pequim concordou em 19 de maio em importar mais bens e serviços dos EUA, seu principal parceiro comercial, para aliviar uma diferença de 335 bilhões de dólares no comércio entre os dois países.
Isso foi considerado um sinal de que a atual guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo foi evitada por enquanto.
No entanto, o presidente dos EUA, Donald Trump, endureceu inesperadamente sua postura comercial nesta semana. Ele pediu tarifas sobre 50 bilhões de dólares em importações da China, a menos que o país trate de acusações de roubo de propriedade intelectual de empresas dos EUA.
Embora não tenha ficado claro quantos carregamentos a COFCO reservou, uma das duas fontes informadas sobre a compra disse que a COFCO e a empresa estatal de grãos Sinograin compraram pelo menos 10 cargas de soja dos EUA.
A COFCO não respondeu a um e-mail pedindo comentários. A Sinograin se recusou a comentar.
A soja é a principal exportação agrícola dos EUA para a China, com um valor de 12 bilhões de dólares em 2017.
Em resposta ao novo pedido de tarifas de Trump, Pequim alertou que está pronta para revidar se os EUA estiverem em busca de uma guerra comercial. O secretário de Comércio norte-americano, Wilbur Ross, vai visitar a capital chinesa em 2 e 3 de junho.
Os compradores na China continuam cautelosos em comprar grãos dos EUA por causa da incerteza, disseram quatro operadores envolvidos no mercado.
Uma fonte de uma operadora internacional com base na China disse que as consultas sobre os produtos agrícolas dos EUA aumentaram, mas os compradores ainda estão nervosos.
“Mesmo que alguns compradores quisessem comprar dos EUA, não ousamos vender. Nós iríamos exigir um depósito maior, mas os compradores não iriam querer. Por isso, ainda não há comércio”, disse ele (Reuters, 1/6/18)