03/08/2021

StoneX estima safras maiores no Brasil para soja e milho verão em 2021/22

StoneX estima safras maiores no Brasil para soja e milho verão em 2021/22

SOJA Jose-Roberto-Gomes-reuters

Legenda: De acordo com a StoneX, a produção brasileira de soja deve alcançar o recorde de 143,3 milhões de toneladas em 2021/22

produção brasileira de soja deve alcançar o recorde de 143,3 milhões de toneladas em 2021/22, alta de 5,6% no comparativo anual, estimou hoje (02) a consultoria StoneX em sua primeira projeção para a próxima temporada, com plantio em meados de setembro.

A área plantada para o novo ciclo foi estimada em 40,1 milhões de hectares, alta de 1,5 milhão ante a temporada anterior.

Considerando um clima dentro da normalidade, o rendimento médio nacional foi estimado em 3,57 toneladas por hectare.

“O clima começará a ser acompanhado de perto, após chuvas abaixo do usual durante boa parte de 2021 e lembrando dos atrasos ocorridos na regularização das precipitações em 2020”, disse a especialista de inteligência de mercado da StoneX, Ana Luiza Lodi.

Segundo ela, em meio a preços fortalecidos e perspectivas favoráveis para a demanda ao redor do mundo, o Brasil tem uma “posição privilegiada”, pois conta com área disponível para o avanço da agricultura, sem precisar ocupar vegetação nativa.

Caso o recorde de produção esperado pela StoneX seja atingido, o balanço de oferta e demanda da soja teria espaço para ficar “mais folgado”.

E a exportação no maior produtor e exportador mundial da oleaginosa deverá crescer para 92 milhões de toneladas em 2022, versus 85,5 milhões neste ano, enquanto a demanda interna deverá aumentar para 49 milhões de toneladas, ante 47,5 milhões em 2021.

Nesse cenário, os estoques finais em 2022 ficariam em 6,32 milhões de toneladas, ante 3,8 milhões em 2021.

Para 2021, houve uma elevação da estimativa de importação, para 900 mil toneladas.

MILHO

Em sua primeira estimativa para a safra de milho verão 2021/22 do Brasil, a StoneX apontou 29,8 milhões de toneladas, crescimento de 15,7% no comparativo anual, com um ligeiro aumento de área após a temporada anterior sofrer com o clima, e os preços se fortalecerem.

Há expectativa de aumento na área plantada para 4,45 milhões de hectares, ante 4,2 milhões em 2020/21, em meio ao balanço de oferta e demanda restrito, com a quebra da safrinha em 2021.

“Assim como para a soja, o clima será central para se atingir esses números, lembrando que o cereal também foi afetado pelo clima irregular…”, disse em relatório.

A StoneX ainda não está divulgando números da segunda safra 2021/22 e por isso adotou o maior nível que foi estimado anteriormente para o ciclo de inverno 2020/21, de 82,4 milhões de toneladas, para desenhar o balanço.

A produção total de milho em 2021/22 teria potencial para atingir recorde de 113,94 milhões de toneladas.

Neste contexto, as exportações de milho em 2022 poderiam atingir 40 milhões de toneladas, ante 19 milhões em 2021, cuja safra sofreu com seca e mais recentemente com geadas.

A demanda doméstica de milho seguirá crescente no ano que vem, atingindo 72,5 milhões de toneladas, alta anual de 1 milhão de toneladas.

COLHEITA ATUAL

Para o milho da safra que está sendo colhida (ciclo 2020/21), seriamente atingida por intempéries, a StoneX calcula produção total em 87,14 milhões de toneladas, contra 87,9 milhões de toneladas apontadas no relatório anterior.

Essa nova estimativa para o milho é a menor desde 2017/18, quando o país produziu 80,7 milhões de toneladas do cereal, ressaltou a consultoria em nota.

A projeção para a segunda safra de milho 2020/21 foi novamente revisada para baixo, de 60,5 milhões para 59,6 milhões de toneladas, após geadas ocorridas no mês passado.

“O corte de mais de 800 mil toneladas resultou de uma expectativa de menor produtividade em São Paulo, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul, destacando que esse último Estado, juntamente com o Paraná, foram os mais atingidos por geadas no último mês”, explicou a consultoria.

Para o Sudeste, o avanço da colheita da segunda safra tem mostrado que os impactos do déficit hídrico sobre os rendimentos do cereal foram maiores do que se esperava anteriormente (Reuters, 2/8/21)