Superávit comercial do Brasil cai 27,6% no 1º semestre

Superávit comercial do Brasil Foto Divulgação Governo do Estado de São Paulo
Saldo foi positivo em US$ 5,9 bilhões, abaixo do esperado de US$ 6,5 bilhões.
A balança comercial brasileira registrou um superávit de US$ 5,889 bilhões (R$ 31,9 bilhões) em junho, uma queda de 6,9% sobre o saldo apurado no mesmo mês do ano passado, informou o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços nesta sexta-feira (4).
O saldo veio abaixo de expectativas de economistas consultados pela Reuters, que previam superávit de US$ 6,450 bilhões (R$ 35 bilhões) para o mês.
As exportações somaram US$ 29,147 bilhões (R$ 157,9 bilhões) no mês, uma alta de 1,4% em relação a junho de 2024. As importações, por outro lado, cresceram 3,8%, totalizando US$ 23,257 bilhões (R$ 126 bilhões).
Nos primeiros seis meses do ano, o saldo comercial foi de US$ 30,093 bilhões (R$ 163,1 bilhões), uma queda de 27,6% em relação ao observado no mesmo intervalo de 2024. No período, as exportações somaram US$ 165,870 bilhões (R$ 898,9 bilhões), uma perda de 0,7%, e as importações, US$ 135,777 bilhões (R$ 735,8 bilhões), aumento de 8,3%.
Na mais recente atualização das previsões para a balança comercial no ano, o Mdic reduziu suas estimativas, prevendo um superávit de US$ 50,4 bilhões (R$ 273,1 bilhões) em 2025, o que representaria uma redução de 32% em relação ao saldo de 2024, que foi de US$ 74,2 bilhões (R$ 402,1 bilhões). Em abril, o ministério havia estimado um saldo positivo de US$ 70,2 bilhões (R$ 380,4 bilhões) para o ano.
A projeção para as exportações foi reduzida para US$ 341,9 bilhões, de US$ 353,1 bilhões, implicando uma alta de 1,5% sobre 2024. Já a estimativa das importações subiu a US$ 291,5 bilhões, de US$ 282,9 bilhões antes, com salto de 10,9% sobre o ano passado.
O diretor de Estatísticas e Comércio Exterior do Mdic, Herlon Brandão, afirmou que a redução da projeção reflete os resultados do primeiro semestre e a expectativa de que a queda do saldo prossiga ao longo do ano, com uma desaceleração das exportações provocada principalmente por preços menores, e um desempenho melhor das importações.
"É um movimento semelhante ao do primeiro semestre", disse. "Era uma queda que a gente já esperava. A primeira previsão já apontava queda de saldo, com um aumento mais forte de importação em relação à exportação."
Segundo ele, a tendência é resultado de um enfraquecimento na demanda mundial, que tem afetado o preço das commodities, e o crescimento da economia nacional, que tem apoiado a demanda por insumos e bens de capital importados.
A indústria de transformação foi o setor que teve maior aumento de exportações no mês, com alta de 10,9% frente a junho de 2024, para US$ 15,82 bilhões (R$ 85,7 bilhões).
A agropecuária registrou a maior baixa, de 10%, para US$ 6,94 bilhões (R$ 37,6 bilhões), seguida pela indústria extrativa com queda de 6,2%, para US$ 6,24 bilhões (R$ 33,8 bilhões).
Já nas importações, as vendas da indústria de transformação saltaram 5,5%, totalizando US$ 21,71 bilhões. Enquanto isso, a indústria extrativa registrou baixa de 20,9%, a US$ 950 milhões, e o setor agropecuário apresentou queda de 2,8%, para US$ 450 milhões (Folha, 5/7/25)