09/04/2025

Tarifaço abre oportunidades para o agro brasileiro, diz líder da FPA

Tarifaço abre oportunidades para o agro brasileiro, diz líder da FPA

Painel sobre agronegócio no 11º Annual Brazil Investment Forum. Foto Gustavo R. Silva-Money Times

 

Por Gustavo R. Silva

 

O tarifaço de Donald Trump pode acabar beneficiando o agronegócio brasileiro, disse o deputado federal Pedro Lupion (PP), líder da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA). Para ele, as altas tarifas impostas à China podem fazer com que o país consuma ainda mais do Brasil.

 

A China, que já é responsável por 52% das exportações do agronegócio brasileiro, deve diversificar o consumo de grãos e proteínas que vinham dos Estados Unidos, assim como outros mercados asiáticos, trazendo oportunidades para o mercado brasileiro, segundo ele.

 

“Todos os mercados do mundo reconhecem que só o Brasil pode triplicar a produção de alimentos nas próximas décadas”, disse Lupion durante evento realizado pelo Bradesco BBI em São Paulo.

 

A participação de Lupion ocorreu durante painel focado no agronegócio, que também reuniu nomes como Francisco Matturro, presidente da Rede ILPF (Integração Lavoura-Pecuária-Floresta) e Marcos Molina, presidente do Conselho de Administração da Marfrig (MRFG3).

 

De acordo com as lideranças do setor, a dificuldade de armazenagem é um dos empecilhos para o crescimento do agronegócio brasileiro. “A armazenagem do produtor brasileiro é o caminhão indo para o porto. Não tem como controlar preços”, afirmou Lupion.

 

Matturro, presidente da ILPF, disse que o Brasil convive com 120 toneladas de déficit de armazenagem para commodities como soja e milho. “Nós armazenamos 16% a nível de fazenda em uma safra de 330 milhões de toneladas. Os EUA armazenam 65% em uma safra de mais de 600 milhões de toneladas”, disse.

 

Para o executivo, a armazenagem é o grande problema para o país, que não consegue manter seus estoques e controlar preços, como fazem os EUA. No entanto, o amplo déficit representa uma oportunidade para investidores, já que há demanda (Money Times, 8/4/25)