Tentativa de virar usineiro provocou quebra de Emerson Fittipaldi
Justiça bloqueia contas de Fittipaldi, mas não acha saldo para sanar dívida.
A Justiça de São Paulo bloqueou contas bancárias ligadas a Emerson Fittipaldi e de sua empresa EF Marketing e Comunicação. A decisão do Tribunal teve como objetivo encontrar recursos financeiros para quitar dívida de R$ 560.694,50 do ex-piloto com o Banco do Brasil. No entanto, após verificar o saldo de nove instituições bancárias, a Justiça não encontrou nenhum centavo nas contas do ex-piloto e da empresa.
O Banco do Brasil processou Emerson Fittipaldi em 2014. O jurídico do banco informou à Justiça que emitiu crédito, em dezembro de 2012, de R$ 195.595,73 a Fittipaldi para financiamento na área rural. O acordo estabelecia a emissão do crédito em 15 parcelas, com início em 10 de janeiro de 2013 e vencimento em 10 de março de 2014. Na ação, o banco alega que Fittipaldi não quitou nenhuma parcela do crédito.
O banco cobra na Justiça o valor concedido a Fittipaldi com juros e correções. No contrato firmado entre as partes, foi colocada como garantia a "Fazenda Fitti", localizada em Araraquara-SP. Mas a área de propriedade de Fittipaldi colocada como penhora havia sido arrendada anteriormente a uma empresa para produção de açúcar e álcool.
Em julho de 2016, a Justiça determinou a impugnação à penhora da fazenda do ex-piloto na ação movida pelo Banco do Brasil.
Com o cancelamento da penhora da fazenda, e após buscas infrutíferas de outros bens como garantia, o Tribunal ordenou o rastreamento das contas bancárias ligadas ao bicampeão mundial da Fórmula 1. Ao UOL Esporte, a assessoria de comunicação do Banco do Brasil informou nesta sexta-feira que analisará o caso para um pronunciamento oficial. A reportagem não conseguiu localizar o advogado que defende Emerson Fittipaldi no processo, Julio Cesar Caires Filho.
Em novembro do ano passado, Emerson Fittipaldi admitiu ao UOL Esporte seus problemas financeiros e disse que está se recuperando lentamente. De acordo com bicampeão mundial de Fórmula 1, as dívidas começaram a aumentar em 2007, quando investiu em uma usina de etanol que quebrou após a mudança de política do governo federal, que passou a investir na exploração do 'pré-sal'. Fittipaldi decidiu abrir uma usina de etanol no interior do Mato Grosso do Sul há 11 anos. A usina não chegou a ser construída, mas ele elaborou o projeto e comprou as terras. O investimento saiu caro e, apenas nesse processo, teve um prejuízo de R$ 7 milhões.
"Nunca expliquei, mas começou porque eu perdi dinheiro com uma usina. Porque o projeto do governo era incentivar o etanol. Aí, quando apareceu o pré-sal, a Petrobrás e o governo queriam ganhar muito mais dinheiro. Quebraram todos os usineiros e eu junto. Foi aí que entrei em banco e foi a história", disse Fittipaldi, em novembro de 2018.
Ele também investiu em produção de laranjas e trouxe a prova automobilística "6 Horas de São Paulo" para a capital paulista. Mas nada deu certo. Em entrevista à TV Globo, ele já declarou que as dívidas chegaram a R$ 25 milhões.
Por conta dos problemas judiciais, Emerson Fittipaldi teve penhorados até objetos de valor pessoal como troféus que conquistou como piloto e carros que usou em competições importantes do automobilismo (UOL, 16/2/19)