18/02/2019

Tentativa de virar usineiro provocou quebra de Emerson Fittipaldi

Tentativa de virar usineiro provocou quebra de Emerson Fittipaldi

Justiça bloqueia contas de Fittipaldi, mas não acha saldo para sanar dívida.

A Justiça de São Paulo bloqueou contas bancárias ligadas a Emerson Fittipaldi e de sua empresa EF Marketing e Comunicação. A decisão do Tribunal teve como objetivo encontrar recursos financeiros para quitar dívida de R$ 560.694,50 do ex-piloto com o Banco do Brasil.  No entanto, após verificar o saldo de nove instituições bancárias, a Justiça não encontrou nenhum centavo nas contas do ex-piloto e da empresa.

O Banco do Brasil processou Emerson Fittipaldi em 2014. O jurídico do banco informou à Justiça que emitiu crédito, em dezembro de 2012, de R$ 195.595,73 a Fittipaldi para financiamento na área rural. O acordo estabelecia a emissão do crédito em 15 parcelas, com início em 10 de janeiro de 2013 e vencimento em 10 de março de 2014. Na ação, o banco alega que Fittipaldi não quitou nenhuma parcela do crédito.

 

O banco cobra na Justiça o valor concedido a Fittipaldi com juros e correções. No contrato firmado entre as partes, foi colocada como garantia a "Fazenda Fitti", localizada em Araraquara-SP.  Mas a área de propriedade de Fittipaldi colocada como penhora havia sido arrendada anteriormente a uma empresa para produção de açúcar e álcool. 

Em julho de 2016, a Justiça determinou a impugnação à penhora da fazenda do ex-piloto na ação movida pelo Banco do Brasil. 

Com o cancelamento da penhora da fazenda, e após buscas infrutíferas de outros bens como garantia, o Tribunal ordenou o rastreamento das contas bancárias ligadas ao bicampeão mundial da Fórmula 1.  Ao UOL Esporte, a assessoria de comunicação do Banco do Brasil informou nesta sexta-feira que analisará o caso para um pronunciamento oficial. A reportagem não conseguiu localizar o advogado que defende Emerson Fittipaldi no processo, Julio Cesar Caires Filho.

Em novembro do ano passado, Emerson Fittipaldi admitiu ao UOL Esporte seus problemas financeiros e disse que está se recuperando lentamente. De acordo com bicampeão mundial de Fórmula 1, as dívidas começaram a aumentar em 2007, quando investiu em uma usina de etanol que quebrou após a mudança de política do governo federal, que passou a investir na exploração do 'pré-sal'. Fittipaldi decidiu abrir uma usina de etanol no interior do Mato Grosso do Sul há 11 anos. A usina não chegou a ser construída, mas ele elaborou o projeto e comprou as terras. O investimento saiu caro e, apenas nesse processo, teve um prejuízo de R$ 7 milhões.

"Nunca expliquei, mas começou porque eu perdi dinheiro com uma usina. Porque o projeto do governo era incentivar o etanol. Aí, quando apareceu o pré-sal, a Petrobrás e o governo queriam ganhar muito mais dinheiro. Quebraram todos os usineiros e eu junto. Foi aí que entrei em banco e foi a história", disse Fittipaldi, em novembro de 2018.

Ele também investiu em produção de laranjas e trouxe a prova automobilística "6 Horas de São Paulo" para a capital paulista. Mas nada deu certo. Em entrevista à TV Globo, ele já declarou que as dívidas chegaram a R$ 25 milhões.

Por conta dos problemas judiciais, Emerson Fittipaldi teve penhorados até objetos de valor pessoal como troféus que conquistou como piloto e carros que usou em competições importantes do automobilismo (UOL, 16/2/19)