UE abriu canal de diálogo no caso do embarga ao frango nacional
A União Europeia (UE) "abriu uma janela de negociação" em relação ao embargo dos 20 frigoríficos brasileiros exportadores de carne de frango ao bloco, informou hoje o secretário executivo do Ministério da Agricultura, Eumar Novacki, em São Paulo. "Quando deixamos claro que iríamos retaliar, com a possibilidade, por exemplo, de abrir um painel na Organização Mundial do Comércio (OMC), o embaixador da UE nos chamou para conversar", disse Novacki, acrescentando que recebeu o representante do bloco, João Gomes Cravinho, nesta segunda-feira (7).
Na mesa de negociações, comentou, entrou não só a questão do frango, mas toda a balança comercial entre o Brasil e o bloco europeu. "É uma balança muito equilibrada, com US$ 35 bilhões exportados pra lá e US$ 33 bilhões importados do bloco", informou o secretário executivo. "Quando eles viram que tínhamos munição, resolveram sentar para negociar", disse Novacki. "É interessante para ambas as partes manter um bom nível de entendimento", acrescentou. Novacki comentou, ainda, que o embaixador argumentou que "faltou um diálogo maior" entre ambas as partes e que se comprometeu a ajudar, junto ao bloco, nas negociações daqui para frente.
Como mostra de boa vontade por parte do Brasil, Novacki relatou que o Ministério da Agricultura levantou o auto-embargo às exportações brasileiras de pescados para o bloco europeu, suspenso desde o fim do ano passado. "Liberamos esta semana a exportação de pele de tilápia", comentou. "Já informamos isso ao embaixador e à União Europeia. Vamos ver como eles reagem a isso", disse o secretário executivo, sem definir quando seria uma próxima reunião com representantes do bloco para tratar da questão específica do frango.
Novacki participou nesta manhã de uma reunião na Federação da Agricultura e Pecuária de São Paulo (Faesp), em São Paulo, para receber as propostas do setor agropecuário paulista no Plano Agrícola e Pecuário 2018/19, que entra em vigor em 1º de julho deste ano. O secretário executivo deu o prazo de 15 dias para responder às considerações da entidade (Broadcast, 10/5/18)