Usina São Martinho quer usar milho para aumento da produção de etanol
A maior usina de cana-de-açúcar do mundo – a São Martinho, em Pradópolis (SP) – pode adicionar milho como segunda fonte de matéria-prima para impulsionar sua produção de etanol, informou a companhia.
Várias usinas de açúcar e etanol à base de cana no Brasil já estão adicionando maquinários para produzir etanol usando milho, um modelo visto como lucrativo. Nele, as usinas usam resíduos de cana como fonte de energia para processar o milho e expandir o período de produção para um ano inteiro, indo além da safra de cana, que ocorre de abril a dezembro.
Seguindo este comportamento de mercado, o grupo São Martinho disse que está avaliando a possibilidade de investir no processamento de milho e aumentar a capacidade de produção de etanol na usina de Pradópolis, uma das quatro unidades controladas pela empresa.
“É um projeto em avaliação. A logística é uma questão importante, pois teríamos que trazer milho do centro-oeste”, disse o diretor financeiro da companhia, Felipe Vicchiato, durante uma teleconferência com analistas e investidores na terça-feira (11).
De acordo com ele, o tamanho da usina em Pradópolis poderia compensar os custos logísticos e viabilizar financeiramente o projeto, mas uma decisão final ainda não foi tomada.
O setor de biocombustíveis no Brasil está testemunhando um boom no investimento em etanol de milho, mas a maioria dos projetos ocorre em estados do centro-oeste, como Mato Grosso e Goiás, que são grandes produtores de milho. A própria São Martinho, inclusive, já está construindo uma instalação anexa na usina Boa Vista, localizada em Quirinópolis (GO), para produzir etanol a partir de milho.
Além disso, alguns analistas sugeriram a possibilidade de produzir também etanol de milho em São Paulo, principal cinturão de açúcar do Brasil, uma vez que muito milho produzido no Mato Grosso normalmente atravessa o estado a caminho do porto de exportação de Santos (Reuters, 18/2/20)