10/12/2018

Usinas: Perspectiva para rating das empresas na AL é estável em 2019

Usinas: Perspectiva para rating das empresas na AL é estável em 2019

A perspectiva para os ratings das empresas do setor sucroenergético na América Latina em 2019 é estável, segundo a agência de classificação de risco Fitch Ratings. A perspectiva é dada para 90% da carteira, com o restante classificado como "CCC+", ou abaixo.

Segundo a agência, a alavancagem das companhias do setor tem tendência de elevação, pois enfrenta alguns desafios, entre eles os baixos preços do açúcar, moedas locais mais fracas e menor volume de cana moído. Uma vantagem para o fluxo é que deve haver poucos investimentos em expansão. O fluxo de caixa tem perspectiva neutra. As companhias bem administradas, no entanto, devem ter fluxo de caixa livre (FCF) neutro ou ligeiramente positivo no ano, segundo a Fitch. Já a liquidez deve ser fraca, na opinião da agência, porque os bancos e mercados de capital continuarão exigentes e aceitarão apenas negociar com as empresas bem geridas.

Para o próximo ano, a Fitch vê uma oferta global de açúcar menor do que era prevista e um excedente global mais baixo para a safra 2018/19. Clima adverso e pragas na Índia devem afetar a produção. A Europa também deve sofrer com o clima e com a maior lucratividade oferecida por outros produtos agrícolas. A Tailândia também tem projeções de clima desfavorável.

No Brasil, de acordo com a projeção, os produtores devem dar prioridade ao etanol em 2019, embora a Fitch acredite que há pouco espaço para alta dos preços do combustível por causa de uma esperada queda na cotação do petróleo.

O apoio governamental de países produtores e consumidores como União Europeia, Tailândia e Índia pode levar os preços do açúcar, às vezes, a ficarem abaixo do custo marginal dos produtores de baixo custo de diversas partes do mundo. O custo caixa de produção de açúcar no Brasil, segundo estimativa da Fitch, não deve ser inferior a US$ 0,15/libra-peso na safra 2018/19, frente a uma média de preços esperada de US$ 0,13/libra-peso (Broadcast, 7/12/18)