Usinas voltam ao normal, mas tabela mínima de frete preocupa
'Paga-se menos pelo diesel, mas mais pelo frete', afirma diretor da Única.
As usinas processadoras de cana-de-açúcar voltaram a operar normalmente, após o fim da paralisação dos caminhoneiros.
“Se alguma delas ainda estiver parada, o motivo não é a falta de diesel”, diz Antonio Rodrigues de Padua, diretor da Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar).
Segundo o diretor, as usinas ficaram três dias sem processar e cinco dias sem fazer entregas, chegando ao limite da manutenção de estoques.
O problema vem agora. O saldo da paralisação dos caminhoneiros poderá trazer alívio às empresas, que são grandes consumidoras de diesel. São utilizados de quatro a cinco litros de diesel por tonelada de cana processada.
A tabela mínima de preços para o frete, porém, vai ser um fator onerador. “Paga-se menos pelo diesel, mas mais pelo frete”, diz Padua.
Estima-se em até 27% de aumento no frete. Se isso se concretizar, aumentará o ônus para as usinas, na avaliação dele.A demanda por etanol é forte neste período pós-paralisação, mas os preços estão sem grandes alterações. O protesto pegou as empresas em um período de mudança de mês e com necessidade de caixa.
Nesse cenário, são obrigadas a vender mais para equilibrar as contas, o que dá pouca variação aos preços, segundo Padua. Normalmente, o setor trabalha com 10 a 12 dias de estoques (Folha de S.Paulo, 6/6/18)