Velhos tempos – Por Joaquim Augusto de Azevedo Souza
Velhos tempos – Por Joaquim Augusto de Azevedo Souza
Relembrando de minha mocidade, num momento de reflexão, lembrei-me da poesia “Meus oito anos” de Casimiro de Abreu, cuja primeira estrofe revela um sentimento saudosista que imagino, todos nós carregamos em nossos corações: “ Ah! Que saudades que tenho da aurora da minha vida, da minha infância querida que os anos não trazem mais”... É verdade...
E aí comecei a lembrar daqueles tempos em que meu saudoso pai reunia toda a família e íamos todos para a fazenda, onde passávamos boa parte das férias escolares, cujo período variava de fins de novembro a meados de fevereiro, se não me falha a memória...Era uma época em que no verão dormíamos com as janelas abertas, sem sentir medo...era um tempo em que fazenda era um bom lugar para se viver, com suas peculiaridades produtivas, pomares, galinheiros, chiqueiros, estábulos e cocheiras... Era um lugar onde se plantava, cultivava e colhia lavouras com produções de grãos, algodão, café, etc. Tratava-se de um ambiente de produção, que além de garantir o sustento de nossa família, gerava empregos e sustento das famílias que lá viviam e trabalhavam... Não havia assaltos e roubos, violência contra proprietários ou seus familiares e muito menos contra os empregados. Todos podiam viver e trabalhar com tranqüilidade e a indispensável segurança. Os policiais da vilazinha de perto, vez ou outra visitavam a fazenda para um cafezinho amigo ou uma pequena pescaria de vara. Nem se imaginava que lugares assim pudessem no futuro tornarem-se alvos de quadrilhas bem armadas e sempre dispostas às práticas criminosas, sem a menor cerimônia...
Hoje, muito ao contrário do que ocorria normalmente naqueles tempos, a intranqüilidade pediu pouso em nossos campos e a insegurança mudou-se de vez para lá!
A freqüência de crimes praticados no meio rural é assustadora. A grande maioria dos produtores rurais evitam permanecer em suas propriedades por tempo maior que o realmente necessário. Pernoitar ou levar a família, nem pensar, pois o risco de assalto é enorme, não pode ser medido ou previsto. Aquele lugar de antes, próprio para se plantar e colher, agora é também alvo constante de malfeitores, que se aproveitam das dificuldades geográficas das propriedades rurais, via de regra distantes dos centros urbanos e portanto, de atendimentos policiais mais difíceis e bem mais lentos.
Pensando em formas de minimizar esta situação tão indesejável quanto aterrorizante, estamos trabalhando em parceria com a policia militar e a comissão de segurança da câmara municipal, em projeto denominado “GPS Caipira”, que pretende georreferenciar todas as estradas rurais e cadastrar as propriedades rurais, de modo a propiciar um atendimento policial mais ágil e eficiente nos casos de ocorrências.
Estamos empenhados em cadastrar os proprietários rurais de nossa região, interessados no assunto, para que se tornem partícipes deste importante projeto, que deve contar também com a participação das prefeituras, certamente igualmente interessadas em devolver a tão necessária segurança ao meio rural regional.
Portanto, você proprietário rural, que pretende melhorar a segurança de seu imóvel, entre em contato com o Sindicato Rural ou Associação Rural de Ribeirão Preto e proceda a sua inscrição (Joaquim Augusto de Azevedo Souza é presidente do Sindicato Rural e da Associação Rural de Ribeirão Preto)