21/05/2025

Vietnã avança mais do que o Brasil no café com valor agregado

Vietnã avança mais do que o Brasil no café com valor agregado

café Vietnã  Foto Reprodução Linkedin

 

Em duas safras, o país asiático aumentou em 38% as exportações, segundo o Usda.

 

Vietnã avança mais do que o Brasil na exportação de café com valor agregado. É o que mostram dados dos escritórios do Usda (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) de Brasília e de Hanoi.

 

Na safra 2025/26, as estimativas são de que os vietnamitas vão exportar o correspondente a 3,3 milhões de sacas na forma de café torrado e solúvel. Se confirmado, esse volume supera em 38% o da safra 2023/24. No caso brasileiro, as exportações, considerado o período comercial de julho a junho, ficam em 3,75 milhões de sacas, 3% acima do volume de 2023/24, segundo o órgão americano.

 

Os vietnamitas, que têm safra comercial de outubro a setembro, aproveitam a boa demanda de café que vem dos países asiáticos e investem mais no produto processado para exportar, segundo os analistas do Usda.

 

O café vive um período de oferta menor no mercado internacional, devido a secas, altas temperaturas e geadas, dependendo da região produtora do mundo. Tomando como base os dados do Brasil e do Vietnã, os dois maiores produtores mundiais, a oferta tem pouca variação em 2025/26.

 

No Brasil, líder mundial, a produção de 2024/25 sobe para 65 milhões de sacas, apenas 0,5% acima da previsão do período anterior. O crescimento é pequeno porque a produção de café arábica recua para 40,9 milhões de sacas, 6,4% abaixo da estimada do período anterior. Já a oferta de café robusta vai a 24,1 milhões, 15% a mais.

 

O Vietnã, líder mundial na produção de café robusta, terá uma safra de 31 milhões de sacas, 7% a mais. A produção de arábica do país é de 1 milhão de sacas.

 

O cenário de oferta mundial não melhora muito se as coisas caminharem como projetadas pelo Usda. O Vietnã colocará 1,2 milhão de sacas a mais no mercado externo na safra 2025/26, mas o Brasil reduzirá as exportações em 2,5 milhões, considerando o volume de café em grãos, torrado e solúvel.

 

O produtor ainda retém parte do café, à espera de um melhor momento para negociar. Com isso, há uma redução na colocação do produto no mercado e um enfraquecimento dos estoques finais.

 

Os preços internacionais continuam favoráveis. A tonelada de café em grão foi negociada, em média, a US$ 6.998 no mês passado, segundo dados da Secex (Secretaria de Comércio Exterior), 84% a mais do que em abril de 2024.

 

Nas lavouras brasileiras, com a chegada da safra, os preços estão em queda. Nesta segunda-feira (19), o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) indicava R$ 2.496 para a saca de arábica, com queda de 4,6% no mês, e R$ 1.528 para a de robusta, com retração de 10%.

 

Nos supermercados, o café continua em alta para os consumidores, com aumento de 8% nos últimos 30 dias, acumulando 81% em 12 meses, segundo a Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) (Folha, 21/5/25)